Prof. Túlio Jorge dos Santos (22/03/00)
A navegação primitiva foi essencialmente diurna e costeira. Nos registros ocidentais, os fenícios e os gregos foram os primeiros a se afastarem da costa e a navegar à noite. Seguiam ventos e correntes marinhas, desenharam mapas de acidentes geográficos, usaram observações astronômicas do Sol e da Estrela Polar para determinar direções e estimaram distâncias contando o tempo necessário para percorrê-las.
O desenvolvimento do conhecimento científico e o consequente avanço da instrumentação tecnológica, permitiram o afastamento da costa e a aventura rumo ao desconhecido.
Dos remos egípcios às velas costadas portuguesas, a orientação magnética, a bússola, o astrolábio, o kamal indiano e outros possibilitaram definitivamente as conquistas ultramarinas.
A necessidade da localização em alto mar ligou o cálculo de coordenadas geográficas às coordenadas de posição de um astro ao céu.
Nesse tempo, competia ao astrônomo de bordo determinar o intervalo entre paralelos para obter a localização em relação ao paralelo primeiro.
Cinco etapas se distinguiram na navegação astronômica durante os descobrimentos:
Na primeira etapa os marinheiros só se interessavam pela altura da Estrela Polar em relação ao horizonte verificando sua diminuição à medida que iam para o sul.
Na segunda identificavam o local da costa a ser atingido determinando a posição do navio comparando as alturas medidas da Estrela Polar.
Na terceira o mesmo processo passou a ser feito por comparações com alturas de outras estrelas.
Na quarta etapa surgiram as latitudes.
Finalmente as latitudes passaram a ser determinadas pela altura do Sol em sua passagem pelo meridiano.
Dessa maneira, a possibilidade de determinar a posição de qualquer navio em qualquer paralelo contribuiu definitivamente para a descoberta da "volta do mar".
Contudo, a identificação rigorosa do ponto de localização só se deverá ao conhecimento também da longitude. Embora as tentativas oriundas de observações lunares fossem consideradas, a longitude precisa só será conseguida com a invenção do medidor de tempo dois séculos a seguir.
Hoje em dia...